quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Um Milagre chamado Gislaine Amaral

Hoje venho compartilhar com vocês a linda historia da Gislaine Amaral que nasceu com PTC (pé torto congênito) como diz o título do post 'Um Milagre chamado Gislaine Amaral' pois aprendi muito com sua história e tenho certeza que irá ajudar muitas outras mães de PTC...obrigada a todos bjos nos Pezinhos de Ouro 💋👣❤ fiquem com esse lindo post 💜

Olá, meu nome é Gislaine, gostaria de dividir um pouco da minha história com vocês.
Nasci no dia 10/03/1989 às 6:20 da manhã no Hospital de Caieiras. Junto com a alegria dos meus pais veio um  grande susto e algo que eles estavam ouvindo pela primeira vez: PÉ TORTO CONGÊNITO. Diante do susto e agora do desespero, uma esperança... Uma tentativa de tratamento, já que naquela época não havia muitos recursos, muito menos profissionais especializados, comecei o tratamento logo nas primeiras horas de vida com um clínico geral e um traumatologista especializado em traumas de adulto, mas o tratamento foi iniciado. Engessaram meus pezinhos e alguns dias depois fui submedida a uma cirurgia para liberação do Tendão de Aquiles. Tive algumas complicações na cirurgia, por isso permaneci internada por vários e vários dias. Após retirar o gesso pós-cirúrgico, uma surpresa: O pezinho esquerdo não havia liberado o tendão, tendo assim que refazer a cirurgia neste pé. Apesar da preocupação, minha mãe não ficava muito no hospital, pois ficava em casa com o meu irmão que no tempo tinha apenas 2 anos e meio e estava enfermo, então quem ficava o tempo todo no hospital era meu pai, pois o mesmo se encontrava desempregado. Um mês após a primeira cirurgia, foi realizado uma segunda cirurgia no meu pé esquerdo, e para a infelicidade de muitos, a operação não foi um sucesso como esperavam os médicos e meus pais, pois apesar de corrigir  o pezinho esquerdo, eu fiquei muito debilitada por causa de alguns medicamentos fortíssimos e por causa da anestesia, o que me ocasionou muitos dias internada em estado grave.
       Um certo dia ao me visitar, os médicos disseram aos meus pais para eles se prepararem pois eu não iria resistir por muito tempo, e que apesar deles estarem fazendo o possível, eu não estava reagindo bem, por isso não iria sobreviver. Meus pais entraram em desespero e meu pai resolveu me transferir de hospital.  Ele teve que assinar um termo de responsabilidade, pois como meu estado era grave, se eu entrasse em óbito seria de total responsabilidade dele. Ele assinou, me pegou em seus braços e decidiu me levar para o Hospital de Pirituba. E para a surpresa dele, um cartaz na porta do hospital aumentou mais ainda a angústia deles: ESTAMOS EM GREVE. Minha mãe começou a chorar pois já temia a minha morte, mas no fundo meu pai ainda tinha uma esperança.
    Voltaram comigo para Caieiras, onde fui internada novamente na UTI com algumas convulsões. Não vendo mais opções os médicos aplicaram-me uma medicação fortíssima. Quando entrou em contato com o meu organismo provocou imediatamente uma paralisia cerebral, diminuindo mais ainda minhas chances de vida.
    Ali não tinha mais esperanças, para os médicos, para a minha mãe, para os familiares. Apenas meu pai acreditava em um milagre. Ele fez um voto com Deus falando... Senhor antes dela ser minha filha ela já era sua, contudo se ela sobreviver sem nenhuma sequela, eu vou contar esse testemunho por onde eu passar, e quando ela crescer ela fará o mesmo. E esse milagre aconteceu. Deus cuidou de tudo. Preparou um emprego para meu pai de encarregado de segurança onde ficou até o dia em que se aposentou, e não é só isso não...
    Milagrosamente eu fui me recuperando aos poucos, nem os médicos, nem minha mãe acreditava, até meu olhinho que havia ficado torto devido a paralisia cerebral voltou ao normal. Voltei a me mexer e a me alimentar pela boca, pois durante esse tempo eu me alimentava através de uma sonda. Pelo fato dos médicos não acreditarem nesse milagre, eu precisei ficar internada por alguns meses, pois eles não entendiam o motivo pelo qual eu não morri. Calculando o tempo total de internação desde o dia em que eu nasci, soma-se quase 2 anos.
   Não satisfeitos, os médicos falaram que eu nunca poderia usar um salto alto na minha vida, pois eu teria os pés muito sensíveis, e nem seria uma pessoa normal, por causa da paralisia cerebral eu seria uma criança com muitas dificuldades para aprender. Não discordo dos médicos, porém eu acredito em milagres sim, pois sou um deles, e para a glória do Senhor, hoje com 26 anos sou formada em pedagogia, vivo em cima de saltos de 14cm, sou noiva, vivo uma vida super normal.
    Amo demais minha mãe, porém eu gostaria de passar minha vida inteira agradecendo ao meu pai por não ter desistido de mim na fase mais difícil onde ninguém acreditava que eu iria sobreviver, foi o único que acreditou no milagre e durante esse tempo todo sempre falou meu testemunho para edificar a fé de muitos. Mas infelizmente no dia 25/02/2015 o Senhor recolheu meu pai. Eu não questiono a Deus por ele ter levado aquele que mais amei na vida, porém não entendo os propósitos Deus, aliás acho que ninguém entende, mas de onde ele estiver eu agradeço a Deus por ter me permitido ter um pai tão especial e ao meu pai que nunca me deixou enquanto esteve comigo aqui na terra.
   Bom, a história é grande, porém tentei resumir o máximo que pude, espero que gostem, e que minha história sirva para incentivar muitas famílias, que por mais difícil que seja, não desista, pois a palavra vem do Senhor, e a sua situação não está perdida não. Que Deus abençoe todos...

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Apenas Nós

Apenas nós sentimos cada etapa do seu tratamento sim eu e você..
Apenas nós sabemos o que passamos e o que sentimos no jejum para cirurgia(tenotomia) que para nós foi a pior parte do tratamento pois você aos 2 meses não mamava mais no peito pois meu leite secou com o back que tive por ver que você nasceu com pé torto, sua agonia você querendo mamar e não podia um desespero só para nós queria acabar com tudo aquilo logo, queria ir embora daquele lugar mais era preciso passar por tudo aquilo, você puxava minha roupa no auge da sua fome gritava e sem poder fazer nada 😭 meu coração estava em pedaços, fome essa que passei junto com você sim fizemos jejum junto pois não achava justo eu comer e você está com fome, passamos por tudo isso 3 vezes mesma agonia mesma frustração mais passamos era preciso era para seu bem queria você perfeito e para isso seria capaz de tudo até de dar minha vida, tinha o pós cirúrgico que você sempre reagia mal e na primeira tenotomia cheguei a me assustar quando você acordou gritando e arrancando todos fios de você naquele momento fiquei paralisada sem ação mais  passou e das outras vezes já tinha calma para tentar acalmar você ... mais passamos somos GUERREIROS conseguimos ...
Apenas sabemos o que passamos o que sentimos não desejo a ninguém mais se for preciso passar passe por no futuro eles não irão lembrar mais nos sim de cada etapa cada conquista me sinto sim uma Guerreira uma escolhida para cuidar de um baby que estava em seu destino nascer PTC (pé torto congênito) e hoje não aceitamos sermos julgados ou criticados pois só nos sabemos a dor que sentimos e tudo que passamos...

Agradeço cada dia por ser sua mãe por aprender tanto com você ...

Não desistam de seus bebês PTC se nos vencemos vcs tbem irão basta ter Fé ,Esperança e Amor ...

Agradeço ao meu Deus por tudo por me dar a força e a sabedoria necessária para Vencer ...

Bjos nos Pezinhos de Ouro 💋👣❤

sábado, 22 de agosto de 2015

PASSOS ...

''Não importa quantos passos você deu para trás, o importante é quantos passos agora você vai dar pra frente''

Essa frase faz eu lembrar exatamente cada passo do tratamento do meu baby Guerreiro Ryan,
Passos errados que nos fizeram andar para trás erros esses que não tivemos culpa pois não tínhamos experiência alguma em ptc,
Passos esses que deveriam ser guiados por médicos que deveriam ter um pouco mais de coração em não fazer um tratamento errado e fazer um bebê sofrer,
Passos esses que nos fez chorar por inúmeras vezes, Passos esses que por noites passamos em claros em meio choros e agonias,
Passos esses que foram muitos criticados se demos ouvido NUNCA,
Passos esses que passou por 3 cirurgias (tenotomia) sendo 2 mal feitas por mal médicos e a 3 feita por um Dr Mão Anjo na AACD para colocar seus passos no lugar,
Passos esses que sofreu mais venceu com um lindo sorriso no rosto,
Passos esses que somente eu e você sabemos o que passamos,
Passos esses que Hoje é Perfeito, que corre, que pula, que brinca,
Passos esses que não aceita críticas pois somente nós sabemos o que passamos,
Passos esses que hoje nos traz tantas ALEGRIA,
Passos esses Guiado por nosso Deus ...

domingo, 16 de agosto de 2015

Pé Torto Congênito possui, no método Ponseti, tratamentos mais eficientes

O tratamento atual do pé torto congênito   (PTC) tem sido modificado com base em novos conceitos estabelecidos por Ingnácio Ponseti, médico ortopedista de origem espanhola, professor da universidade de Iowa nos Estados Unidos da America, (falecido recentemente). Antes do método de Ponseti, seguíamos os conceitos de Codevilla, ortopedista italiano que defendia o tratamento cirúrgico do PTC através de cirurgia ampla, que ainda hoje realizamos em pés inveterados que não foram tratados convenientemente em tempo adequado. O tratamento cirúrgico de Codevilla é indicado em crianças   com idade de aproximadamente um a dois anos e requer amplas cirurgias, com liberações de cápsulas, ligamentos e alongamento de tendões. Aparentemente se obtinha uma boa correção anatômica da deformidade, no entanto, alguns pés não obtinham bons resultados funcionais, tonavam-se dolorosos e atrofiados na adolescência e na idade adulta.
Pé Torto Congênito possui, no método Ponseti, tratamentos mais eficientes
Atualmente tratamos os pés tortos pelo método de Ponseti , iniciando de preferência, com uma a duas semanas após o nascimento e obtemos resultados excelentes quando bem conduzidos. É de grande importância à participação da família, do médico e dos paramédicos com experiência e compromissados, para que se tenha um bom resultado. Inicia-se o tratamento pela manipulação dos pés buscando a correção anatômica da deformidade seguida de troca de gesso semanal. Com a troca de seis a oito gessos seguidos de uma tenotomia percutânea do tendão de Aquiles, realizada em ambulatório, conseguimos a correção da deformidade. Obtida a correção, os pés são mantidos em um aparelho gessado por três semanas e a seguir colocados em uma órtese ortopédica durante a noite pelo período de mais ou menos dois anos. Com este tratamento obtemos pés fortes, indolores, sem atrofia muscular e com capacidade de exercer qualquer atividade física própria da idade. Em alguns pés pode ser necessária uma pequena cirurgia complementar, constando de transposição do tendão tibial anterior para o dorso do pé, o que permite a correção da adução residual que acontece em poucos pés.
A deformidade pé torto é uma das mais frequentes no mundo, principalmente em países subdesenvolvidos nas populações de baixa renda. Mesmo com os estudos atuais de Ponseti, mostrando que o defeito encontra-se nas proteínas que compõem o tecido colágeno da estrutura osteoligamentar do pé na fase embrionária, não se tem determinado uma origem genética, no entanto, sabe-se que o PTC está presente fortemente em grupos familiares e quanto mais próximos os pais e mães são parentes de portadores de pés tortos, maior a possibilidade de nascer filhos com esta patologia.
A deformidade pé torto é muito danosa. Quando não tratada convenientemente, determina em seus portadores, uma perda sócio-cultural e econômica e muitas vezes descriminação dentro do seu grupo social. Nos dias de hoje, ainda contamos com a presença de um componente religioso muito forte. Já ouvi de pais que tem filho portador de pé torto, quando abordado por nós sobre o tratamento nos respondeu: ?Deus quis assim e assim vai se criar?. Por outro lado, existem portadores de pés tortos que enfrentam o tratamento com muita coragem e resignação. Lembro-me de uma paciente que já tinha trinta e dois anos quando foi submetida a tratamento cirúrgico, por nós, de pé torto bilateral. É com muita alegria e satisfação que esta senhora se apresenta durante as consultas de retorno, usando seus tênis, trabalhando e não sofrendo descriminação.