Hoje venho compartilhar com vocês a linda historia da Gislaine Amaral que nasceu com PTC (pé torto congênito) como diz o título do post 'Um Milagre chamado Gislaine Amaral' pois aprendi muito com sua história e tenho certeza que irá ajudar muitas outras mães de PTC...obrigada a todos bjos nos Pezinhos de Ouro 💋👣❤ fiquem com esse lindo post 💜
Olá, meu nome é Gislaine, gostaria de dividir um pouco da minha história com vocês.
Nasci no dia 10/03/1989 às 6:20 da manhã no Hospital de Caieiras. Junto com a alegria dos meus pais veio um grande susto e algo que eles estavam ouvindo pela primeira vez: PÉ TORTO CONGÊNITO. Diante do susto e agora do desespero, uma esperança... Uma tentativa de tratamento, já que naquela época não havia muitos recursos, muito menos profissionais especializados, comecei o tratamento logo nas primeiras horas de vida com um clínico geral e um traumatologista especializado em traumas de adulto, mas o tratamento foi iniciado. Engessaram meus pezinhos e alguns dias depois fui submedida a uma cirurgia para liberação do Tendão de Aquiles. Tive algumas complicações na cirurgia, por isso permaneci internada por vários e vários dias. Após retirar o gesso pós-cirúrgico, uma surpresa: O pezinho esquerdo não havia liberado o tendão, tendo assim que refazer a cirurgia neste pé. Apesar da preocupação, minha mãe não ficava muito no hospital, pois ficava em casa com o meu irmão que no tempo tinha apenas 2 anos e meio e estava enfermo, então quem ficava o tempo todo no hospital era meu pai, pois o mesmo se encontrava desempregado. Um mês após a primeira cirurgia, foi realizado uma segunda cirurgia no meu pé esquerdo, e para a infelicidade de muitos, a operação não foi um sucesso como esperavam os médicos e meus pais, pois apesar de corrigir o pezinho esquerdo, eu fiquei muito debilitada por causa de alguns medicamentos fortíssimos e por causa da anestesia, o que me ocasionou muitos dias internada em estado grave.
Um certo dia ao me visitar, os médicos disseram aos meus pais para eles se prepararem pois eu não iria resistir por muito tempo, e que apesar deles estarem fazendo o possível, eu não estava reagindo bem, por isso não iria sobreviver. Meus pais entraram em desespero e meu pai resolveu me transferir de hospital. Ele teve que assinar um termo de responsabilidade, pois como meu estado era grave, se eu entrasse em óbito seria de total responsabilidade dele. Ele assinou, me pegou em seus braços e decidiu me levar para o Hospital de Pirituba. E para a surpresa dele, um cartaz na porta do hospital aumentou mais ainda a angústia deles: ESTAMOS EM GREVE. Minha mãe começou a chorar pois já temia a minha morte, mas no fundo meu pai ainda tinha uma esperança.
Voltaram comigo para Caieiras, onde fui internada novamente na UTI com algumas convulsões. Não vendo mais opções os médicos aplicaram-me uma medicação fortíssima. Quando entrou em contato com o meu organismo provocou imediatamente uma paralisia cerebral, diminuindo mais ainda minhas chances de vida.
Ali não tinha mais esperanças, para os médicos, para a minha mãe, para os familiares. Apenas meu pai acreditava em um milagre. Ele fez um voto com Deus falando... Senhor antes dela ser minha filha ela já era sua, contudo se ela sobreviver sem nenhuma sequela, eu vou contar esse testemunho por onde eu passar, e quando ela crescer ela fará o mesmo. E esse milagre aconteceu. Deus cuidou de tudo. Preparou um emprego para meu pai de encarregado de segurança onde ficou até o dia em que se aposentou, e não é só isso não...
Milagrosamente eu fui me recuperando aos poucos, nem os médicos, nem minha mãe acreditava, até meu olhinho que havia ficado torto devido a paralisia cerebral voltou ao normal. Voltei a me mexer e a me alimentar pela boca, pois durante esse tempo eu me alimentava através de uma sonda. Pelo fato dos médicos não acreditarem nesse milagre, eu precisei ficar internada por alguns meses, pois eles não entendiam o motivo pelo qual eu não morri. Calculando o tempo total de internação desde o dia em que eu nasci, soma-se quase 2 anos.
Não satisfeitos, os médicos falaram que eu nunca poderia usar um salto alto na minha vida, pois eu teria os pés muito sensíveis, e nem seria uma pessoa normal, por causa da paralisia cerebral eu seria uma criança com muitas dificuldades para aprender. Não discordo dos médicos, porém eu acredito em milagres sim, pois sou um deles, e para a glória do Senhor, hoje com 26 anos sou formada em pedagogia, vivo em cima de saltos de 14cm, sou noiva, vivo uma vida super normal.
Amo demais minha mãe, porém eu gostaria de passar minha vida inteira agradecendo ao meu pai por não ter desistido de mim na fase mais difícil onde ninguém acreditava que eu iria sobreviver, foi o único que acreditou no milagre e durante esse tempo todo sempre falou meu testemunho para edificar a fé de muitos. Mas infelizmente no dia 25/02/2015 o Senhor recolheu meu pai. Eu não questiono a Deus por ele ter levado aquele que mais amei na vida, porém não entendo os propósitos Deus, aliás acho que ninguém entende, mas de onde ele estiver eu agradeço a Deus por ter me permitido ter um pai tão especial e ao meu pai que nunca me deixou enquanto esteve comigo aqui na terra.
Bom, a história é grande, porém tentei resumir o máximo que pude, espero que gostem, e que minha história sirva para incentivar muitas famílias, que por mais difícil que seja, não desista, pois a palavra vem do Senhor, e a sua situação não está perdida não. Que Deus abençoe todos...