quarta-feira, 29 de julho de 2015

Panturilha mais fina do que a outra é normal ?

Muitas mães de nossos grupos estão me procurando para fazer pergunta sobre as panturilhas de seus bebês...

E normal a panturilha uma ser mais fina que a outra ?
Sim... Pois e uma características do ptc ja nascem com uma ma formação muscular ....

Mais por que acontece de ficar uma mais fina que a outra após o uso do gesso ?
O uso do gesso em alguns casos ajuda a afinar panturilha ,por isso quanto mais gesso usar mais fina irá ficar ... E mais visivel em unilateral do que bilateral ...

O uso da órtese afina a panturilha ?
Não... o uso da órtese seja ela qual for o modelo não afina a panturilha, o uso da órtese faz uma marca funda em volta do tornozelo que com o tempo some ....

Mais com o tempo a musculatura da panturilha volta ao normal ?
Pode ser que sim , pode ser que não pois cada caso é um caso ...

Essa foto que está aqui nesse post e da panturilha do meu filho Ryan unilateral direito e é bem visível a diferença ele usou no total do tratamento 15 gessos ,quando pego na panturilha da para sentir a musculatura bem menor que a outra,se isso atrapalha o desenvolvimento dele? Não. .. ele faz tudo é  uma criança muito ativa ...

Fiz esse post em base de relatos de algumas de bebes ptc e alguns medicos e no convivio do tratamento do meu filho ...

Mais algumas duvidas vcs devem tirar com ortopedista ...

Espero ter ajudado vcs bjos nos Pezinhos de Ouro ❤

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Orientações sobre o alinhamento normal e “deformidades” das pernas de crianças

Só neste início de 2009, já recebi 2 pacientes em meu consultório com queixa extremamente comum, e grande preocupação dos pais. Como acredito que muitos dos leitores aqui serão pais um belo dia, resolvi deixar minha contribuição para tranquilizar a todos. E também para resolver uma grande cobrança que fazem à nós ortopedistas.

“Doutor, meu filho está com as pernas tortas”
Ou

“Minha filha tá andando com o pé todo virado pra dentro”
Ou

“Meu filho está com o joelho em tesoura, e tropeça muito”
E finalmente

“O pé da minha filha é chato. Não dá pra passar uma botinha pra corrigir não?”
Louvável e compreensível a preocupação dos pais com o alinhamento dos membros inferiores e os pobres pezinhos dos infantes. Até porque, não é igual ao dos adultos e durante o desenvolvimento ocorrem várias fases e mudanças no eixo dos membros. Vamos analisar o desenvolvimento normal das pernas da criança.

Antes de mais nada, alguns conceitos sobre o alinhamento dos joelhos

Diferentes formatos do ângulo do joelho
Ângulo tíbio-femoral: Como o próprio nome já diz, é o ângulo formado entre o fêmur (osso da coxa) e a tíbia (osso da perna).

Geno varo: É a famosa perna arqueada, como se fosse um cowboy.

Geno valgo: É a “perna em tesoura”, “perna em X” ou “joelhos para dentro”. Devido à maior largura da bacia na mulher (afinal, todos nós fomos feitos para passar por ali ao nascer), as cabeças femorais, por estarem mais afastadas, tendem a trazer o fêmur para uma posição de valgo acentuado. Leia-se: A perna em X é muito mais comum nas mulheres adultas.

Isto posto, vamos ao que os pais devem saber sobre o desenvolvimento normal de seus filhos.

Do nascimento a 1 ano de idade

Reflexo da posição intrauterina da criança, ocorre varismo dos joelhos, leia-se, temos um mini-cowboy. Esta angulação mede aproximadamente 15 graus, mas durante o 1º ano, tende a se neutralizar. Com 1 ano, quando a criança começa a andar, a tendência é que os joelhos estejam retos. Lógico que cada caso é um caso, e isto varia, mas é uma regra genérica.

Entre 1 e 3 anos

À medida que a criança começa a andar e seus membros inferiores a receber carga o joelho que se encontrava em varo, ou neutro, apresenta tendência acentuada ao valgo. Entre o segundo e terceiro anos, atinge-se o máximo de valgo, até 12 graus.

Com os joelhos bastante para dentro é notável que a marcha da criança é algo totalmente desajeitado. Ela tropeça bastante, pois bate um joelho no outro. Além disso, o posicionamento em valgo causa certo grau de rotação “para dentro” da tíbia, o que se traduz na “marcha com o pé para dentro”.

Graças a todas essas alterações, é nesta fase que os pais procuram o ortopedista.

Conforme a idade, vai mudando o desenvolvimento
Dos 3 aos 7 anos

Até os 7 anos de idade, a tendência é que, com o desenvolvimento normal, ocorra regressão do valgo até a normalidade do adulto, cujos valores são 8 graus na mulher e 7 graus no homem (Sim, o joelho adulto normal é levemente em X).

O pé chato

Outra queixa bastante comum na criança é o famoso pé chato, ou seja, inexiste o arco plantar normal. A criança pisa e o pé “chapa” no chão. Apesar disto, ao exame físico, existe sim um arco. Os pais devem ser tranqüilizados, pois em 95% dos casos os pés evoluirão para a normalidade. Apenas 5% necessitarão de tratamento, invariavelmente cirúrgico, e feito em idade mais avançada. O que me leva ao próximo assunto.

Desmistificando as malditas botas ortopédicas

Eu cresci numa cultura de “coloca uma botinha ortopédica que resolve o pé chato”, ou “uma palmilha vai corrigir isso”. Eu mesmo nasci com o pé chato e usei bota ortopédica quando criança. Se eu soubesse o que sei hoje...

Pé chato
O fato é que bota ortopédica não serve para NADA. Estudos e mais estudos foram feitos e comprovaram por A mais B que a grande vitória das botas ortopédicas no passado se deve à desinformação. Raciocinem, os pais chegam no consultório com o filho andando torto, o médico prescreve a bota e a criança continua seu desenvolvimento normal, e oooohhhhh, ficou boa, que milagre! Aí quem leva o crédito é a bota. Mais fácil que isso só comer mingau sem dentadura.

Vamos aos fatos:

Deformidades que vão evoluir para a normalidade vão ficar boas com ou sem botas ortopédicas. Botas ortopédicas não corrigem angulação de joelhos, nem pés virados para dentro ou para fora.

Lembram-se dos 5% dos pés chatos que não vão se curar sozinhos? Pois bem, experimente colocar uma bota “ortopédica” neles. Eles têm um incrível poder de deformar qualquer bota ou palmilha. Só na marra mesmo, leia-se cirurgia.

No afã de prescrever a bota, o médico pode passar por cima de toda uma avaliação clínica, que é essencial para descartar um desenvolvimento anormal (leia-se doenças como tíbia vara, doença de Blount, e outras condições que requerem tratamento diferenciado)

Concluindo

Com essa cultura obsoleta de bota ortopédica que ainda predomina hoje em dia, às vezes somos colocados em situações complexas, com os pais cobrando a prescrição de uma bota, e não aceitando as explicações que dei acima. Até acharem algum colega menos criterioso, que para se livrar da aporrinhação prescreve a tal bota ou uma “palmilha corretora”. E a lenda se perpetua.

Na imensa maioria dos casos a criança apenas precisa de uma avaliação para descartar anomalias mais sérias e acompanhamento. Só isso.

Espero com isso, prestar um serviço a todos os pais e futuros pais e aliviar a barra de meus colegas futuramente.

Dr Health, que nem com todos esses argumentos consegue convencer meus pais que não foi a bota que consertou os meu pés chatos.

domingo, 19 de julho de 2015

Como medir a barra da órtese Dennis Brown

Muitas mães sempre me procura para saber como medir o tamanho da barra órtese Dennis Brown, bom o que sempre os ortopedista me diz e que o tamanho da barra e o mesmo tamanho da largura dos ombros de nossos filhos, e como medir? Com uma fita métrica ou até mesmo como está na foto colocando a db assim fica bem fácil saber se esta na medida certa ...espero ter ajudado... bjos nos Pezinhos de Ouro 👣 💋 ❤

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Método Ponseti e Cirurgia de Codevilla


Ortopedia e Traumatologia

O tratamento atual do pé torto congênito   (PTC) tem sido modificado com base em novos conceitos estabelecidos por Ingnácio Ponseti, médico ortopedista de origem espanhola, professor da universidade de Iowa nos Estados Unidos da America, (falecido recentemente). Antes do método de Ponseti, seguíamos os conceitos de Codevilla, ortopedista italiano que defendia o tratamento cirúrgico do PTC através de cirurgia ampla, que ainda hoje realizamos em pés inveterados que não foram tratados convenientemente em tempo adequado. O tratamento cirúrgico de Codevilla é indicado em crianças   com idade de aproximadamente um a dois anos e requer amplas cirurgias, com liberações de cápsulas, ligamentos e alongamento de tendões. Aparentemente se obtinha uma boa correção anatômica da deformidade, no entanto, alguns pés não obtinham bons resultados funcionais, tonavam-se dolorosos e atrofiados na adolescência e na idade adulta.

Pé Torto Congênito possui, no método Ponseti, tratamentos mais eficientes
Atualmente tratamos os pés tortos pelo método de Ponseti , iniciando de preferência, com uma a duas semanas após o nascimento e obtemos resultados excelentes quando bem conduzidos. É de grande importância à participação da família, do médico e dos paramédicos com experiência e compromissados, para que se tenha um bom resultado. Inicia-se o tratamento pela manipulação dos pés buscando a correção anatômica da deformidade seguida de troca de gesso semanal. Com a troca de seis a oito gessos seguidos de uma tenotomia percutânea do tendão de Aquiles, realizada em ambulatório, conseguimos a correção da deformidade. Obtida a correção, os pés são mantidos em um aparelho gessado por três semanas e a seguir colocados em uma órtese ortopédica durante a noite pelo período de mais ou menos dois anos. Com este tratamento obtemos pés fortes, indolores, sem atrofia muscular e com capacidade de exercer qualquer atividade física própria da idade. Em alguns pés pode ser necessária uma pequena cirurgia complementar, constando de transposição do tendão tibial anterior para o dorso do pé, o que permite a correção da adução residual que acontece em poucos pés.
A deformidade pé torto é uma das mais frequentes no mundo, principalmente em países subdesenvolvidos nas populações de baixa renda. Mesmo com os estudos atuais de Ponseti, mostrando que o defeito encontra-se nas proteínas que compõem o tecido colágeno da estrutura osteoligamentar do pé na fase embrionária, não se tem determinado uma origem genética, no entanto, sabe-se que o PTC está presente fortemente em grupos familiares e quanto mais próximos os pais e mães são parentes de portadores de pés tortos, maior a possibilidade de nascer filhos com esta patologia.

A deformidade pé torto é muito danosa. Quando não tratada convenientemente, determina em seus portadores, uma perda sócio-cultural e econômica e muitas vezes descriminação dentro do seu grupo social. Nos dias de hoje, ainda contamos com a presença de um componente religioso muito forte. Já ouvi de pais que tem filho portador de pé torto, quando abordado por nós sobre o tratamento nos respondeu: ?Deus quis assim e assim vai se criar?. Por outro lado, existem portadores de pés tortos que enfrentam o tratamento com muita coragem e resignação. Lembro-me de uma paciente que já tinha trinta e dois anos quando foi submetida a tratamento cirúrgico, por nós, de pé torto bilateral. É com muita alegria e satisfação que esta senhora se apresenta durante as consultas de retorno, usando seus tênis, trabalhando e não sofrendo descriminação.